sexta-feira, 5 de março de 2010

Quiksilver Pro - Taj vence em Snapper.




Taj Burrow comemora vitória. Foto: Gabriel Teixeira.


O australiano Taj Burrow é o grande campeão do Quiksilver Pro, etapa inicial do ASP World Tour encerrada nesta sexta-feira (5/3) em Snapper Rocks, Gold Coast, Austrália.

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Em ondas com cerca de 1 metro e formação prejudicada pelo vento ele derrotou o sul-africano Jordy Smith pelo placar de 15.57 a 12.56, na final do evento.

Para vencer, o surfista do Oeste australiano apostou todas as fichas em batidas e snaps muito fortes, sempre na parte mais crítica da onda e desenhou belos arcos com suas manobras.

Ele encontrou as boas da série, que fizeram toda diferença e ao contrário das outras baterias, desta vez os aéreos não foram sua principal arma decisiva.

Em uma disputa acirrada, os dois alternaram a liderança o tempo todo e o australiano só confirmou o resultado definitivamente em sua última onda, que valeu 8.17 pontos.

Taj Burrow larga na frente da corrida pelo título. Foto: Gabriel Teixeira.

"Estou muito feliz agora. Esta é a melhor sensação do planeta Terra! É surreal! Tem um bom grupo de amigos aqui comigo e meus pais também estão aqui me apoiando. Poder brindar com todos eles no final é realmente especial", comemora Taj Burrow emocionado.

Jordy Smith, que veio de excelentes apresentações nas outras fases quebrou sua prancha na metade da bateria, mas isto não o intimidou, logo ele fez a troca e voltou para a batalha.

Ele fez o possível e demonstrou muita tranquilidade durante todo duelo, além de exibir grande repertório de manobras e completar aéreos alucinantes, mas mesmo assim não foi capaz de deter o australiano.

"Sinto que não surfei o meu melhor na final, só fiz o que deveria ser feito para vencer. Só esperei as melhores ondas e fiz umas curvas boas, nada de insano. Eu preferia ter tido a abordagem do Jordy, que pegou um monte de ondas e se divertiu. Esta é minha estratégia normalmente, mas desta vez funcionou diferente. Consegui ser mais paciente e seletivo do que normalmente. Mesmo assim eu sabia que Jordy poderia fazer um high score a qualquer momento", revela o aussie.

Jordy Smith tem melhor resultado da carreira. Foto: Gabriel Teixeira.

Por outro lado, Jordy Smith mostrou-se satisfeito com o melhor resultado de sua carreira. "Estou amarradão, está foi minha primeira final no ASP World Tour. Estou me divertindo muito mais com meu surf e tudo parece estar dando certo para mim. Estou emplogado com este começo e espero manter este ritmo durante o resto da temporada", comemora o sul-africano.

Anteriormente, na primeira semifinal, Taj Burrow travou um duelo acirrado contra o norte-americano Bobby Martinez e venceu o confronto por 15.67 a 13.00 pontos.

Ambos investiram em aéreos e manobras radicais. Bobby inclusive arrancou muitos aplausos da galera na areia com aéreos muito altos de backside. Porém foi Taj quem encontrou as melhores ondas e garantiu vaga na decisão.

Bobby Martinez ataca de Backside. Foto: Gabriel Teixeira.

"Fico desapontado quando o campeonato tem que ser finalizado em dias de vento ruim como hoje. Todos nós queremos surfar ondas lisas e estou desapontado que tivemos que terminar hoje. Eu dei melhor de mim no outside, mas as condições estavam desafiadoras", lamenta Bobby Martinez.

No segundo confronto das semifinais, o sul-africano Jordy Smith mostrou-se absolutamente à vontade nas ondas do pico e abusou do seu vasto repertório de manobras para despachar o norte-americano Dane Reynolds por 16.30 a 8.96 pontos.

Em sua melhor onda, Jordy obteve nota 8.80 com um forte snap no limite e um aéreo na sequência. Reynolds arriscou tudo em manobras progressivas e aéreos ousados, mas caiu bastante e não entrou em sintonia com as ondas do pico.

Dane Reynolds para na semifinal. Foto: Gabriel Teixeira.

"Me senti muito bem ontem, pois finalmente meu equipamento trabalhou bem. Mesmo as condições não estando tão boas hoje, achei que pegaria uma onda média e surraria bem o suficiente, mas isto não rolou. Quando o outro cara dispara na frente, para mim é difícil retomar a liderança", desabafa Dane Reynolds.

Taj Burrow atravessa uma excelente fase. Venceu o cobiçado Pipeline Masters, última etapa do World Tour em 2009 e já começou o ano com o pé direito em Burleigh Heads, onde venceu uma etapa do WQS no último dia. Agora ele largar na frente na corrida pelo título mundial de 2010.


Tom Carroll dá banho de cerveja no campeão. Foto: Douglas Cominski / Shotspot.com.au.

"Nem sei o que dizer. Realmente estou surpreso com minhas últimas atuações. O Pipe Masters foi o maior evento que eu poderia ter vencido. Simplesmente não posso acreditar no que está acontecendo, não tem como me sentir melhor. Minhas pranchas estão muito boas e Burleigh Heads também foi um bom aquecimento, também me senti muito bem lá. Aqui estou mais uma vez no pódio, só posso dizer que isto é inacreditável", finaliza Taj Burrow.

Atual campeão mundial, o aussie Mick Fanning se deu mal em casa nas oitavas-de-final e caiu diante do compatriota Kai Otton.

Seu conterrâneo Joel Parkinson, vice-campeão mundial e defensor do título da etapa, foi derrotado na quartas-de-final pelo norte-americano Dane Reynolds.

Bede Durbidge também caiu nas quartas e foi eliminado pelo finalista Jordy Smith, assim como o eneacampeão mundial Kelly Slater nas oitavas-de-final.

O tricampeão mundial Andy Irons começou mal, recuperou posição na repescagem, mas caiu logo no terceiro round diante do norte-americano Bobby Martinez.

Esquadrão brazuca

O melhor brasileiro em ação foi o paulista Adriano de Souza, que protagonizou excelentes atuações no decorrer do evento, mas parou nas quartas-de-final ao ser barrado pelo inspirado vencedor da prova.

Adriano de Souza é melhor brasileiro da etapa. Foto: Douglas Cominski / Shotspot.com.au.

"Agora pretendo me focar em mais um campeonato que é em Bells. Vou chegar cedo para este evento e tentar meu melhor lá, para buscar um grande resultado e chegar muito bem no Brasil", diz o surfista do Gurarujá.

"Quero agradecer a todo mundo aí do Brasil que está ligado até de madrugada. Obrigado pelo apoio e pelo incentivo, só tenho a agradecer. Um grande abraço também para todo mundo do Guarujá também que sempre está comigo. Agradeço a todas as pessoas do Brasil que torcem por nós aqui no ASP World Tour", finaliza Adriano de Souza.

Jadson André tem boa estreia no Tour. Foto: Gabriel Teixeira.


Jadson André estrou com o pé direito no Tour e logo no primeiro round eliminou com facilidade os locais Dean Morrison e Adam Melling, mas infelizmente encontrou-se com seu amigo Mineirinho no terceiro round e acabou eliminado.

"Foi alucinante para mim a bateria com o Adriano. Vou aprender muito com ele este ano. Ele já está aí há um bom tempo. Já comecei aprendendo logo no começo. Perdi para ele, mas ele quebrou a bateria", conta Jadson sem perder o sorisso e a alegria.

"Estou amarradão por ter feito 17º na minha estreia. Perdi, mas não foi para qualquer um, foi para Adriano Mineirinho, que no ano passado foi segundo lugar nesta etapa e é top 5. Tentarei melhorar na próxima etapa", complementa Jadson André.

Os catarinenses Marco Polo e Neco Padaratz começaram devagar no primeiro round, mas deram um gás forte na repescagem e apresentaram bom nível de surf. No entanto ambos encerraram suas participações por aí. Polo perdeu para o inspirado sul-africano Jordy Smith e Neco para o norte-americano Damien Hobgood em bateria polêmica.

"A gente treina, observa e analisa tudo. Profissionalmente falando, eu analiso detalhes e por isso que fico tão intenso e me sinto tão mal de não conseguir me expressar mais dentro da água. Na verdade, auto-crítica e análise são coisas totalmente subjetivas, então quem sou eu, né!?", diz Padaratz.

"A gente faz o que pode e o que mais sabemos fazer dentro da água. Eu sou um cara que luta pelo que faz, não perco tempo à toa e acho que posso também falar quando acho que as coisas são diferentes, porque estou aqui há 15 anos e tenho condições suficientes de saber como é uma vitória e como é o detalhe que fica para um lado ou para o outro da linha. A gente sabe muito bem quando perde e quando vence", fala o catarinense.

"As três ondas do Damien realmente foram três boas da série, mas acho que o surf deveria ser julgado de uma forma mais específica. Usei toda força que tinha na minha vida ali naquele momento e diversifiquei minhas manobras. Dá para ver que o mar não tem muito tubo e consegui pegar seis na bateria. Mesmo assim não fui bem julgado por nenhum deles. Sei lá, achei que o tubo seria a grande arma aqui, como geralmente é, mas infelizmente o julgamento é subjetivo e fica sempre na mão dos outros", lamenta Neco Padaratz totalmente insatisfeito com o resultado.

A corrida pelo título mundial está apenas começando e próxima parada da elite mundial acontece nas clássicas ondas de Bells Beach, também na Austrália, porém no estado de Victoria.

Resultado do Quiksilver Pro 2010

1 Taj Burrow (Aus)
2 Jordy Smith (Afr)
3 Bobby Martinez (EUA)
3 Dane Reynolds (EUA)
5 Adriano de Souza (Bra)
5 Kai Otton (Aus)
5 Joel Parkinson (Aus)
5 Bede Durbidge (Aus)
9 Adrian Buchan (Aus)
9 Chris Davidson (Aus)
9 Damien Hobgood (EUA)
9 Mick Fanning (Aus)
9 Fred Patacchia (Haw)
9 Daniel Ross (Aus)
9 Kieren Perrow (Afr)
9 Kelly Slater (EUA)
17 Jadson André (Bra)
33 Neco Padaratz (Bra)
33 Marco Polo (Bra)

Ranking depois de uma etapa

1 Taj Burrow (Aus) 10.000 pontos
2 Jordy Smith (Afr) 8.000
3 Bobby Martinez (EUA) 6.500
3 Dane Reynolds (EUA) 6.500
5 Joel Parkinson (Aus) 5.250
5 Bede Durbidge (Aus) 5.250
5 Adriano de Souza (Bra) 5.250
5 Kai Otton (Aus) 5.250
9 Adrian Buchan (Aus) 3.750
9 Chris Davidson (Aus) 3.750
9 Damien Hobgood (EUA) 3.750
9 Mick Fanning (Aus) 3.750
9 Fred Patacchia (Haw) 3.750
9 Daniel Ross (Aus) 3.750
9 Kieren Perrow (Afr) 3.750
9 Kelly Slater (EUA) 3.750
17 Jadson André (Bra) 1.750
33 Neco Padaratz (Bra) 500
33 Marco Polo (Bra) 500


Para conferir mais fotos, acesse o Flickr Gabriel Teixeira.


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