quarta-feira, 3 de março de 2010

Quiksilver Pro - Mineiro é o Brasil em Snapper.



Adriano de Souza e Jadson André cumprimentam-se depois da batalha na água. Foto: Douglas Cominski / Shotspot.com.au.

Todas as baterias da terceira fase foram para a água nesta qurta-feira (3/3) em Snapper Rocks, Austrália, palco da etapa inicial do ASP World Tour 2010.

Clique aqui para ver a entrevista com Adriano de Souza

Clique aqui para ver a entrevista com Jadson André

Um novo swell encostou na região e o mar ganhou força e consistência ao decorrer do dia. As ondas começaram o dia com pouco mais de 1 metro e atingiram quase a casa dos 2 metros no final do dia, porém a grande vilã dos competidores foi a forte correnteza que insistia em tirá-los do pico.

O grande destaque do dia foi o australiano Bede Durbidge que com 19.30 pontos, melhor somatório do dia, despachou seu compatriota Luke Munro, que somou 7.37 pontos. Ele chegou muito perto da nota máxima. Em sua melhor onda arrancou 9.93 pontos dos juízes com um profundo tubo combinado com manobras progressivas e de muita expressão.

"Só fiz o tubo e nem me preocupei com o que viria depois. Me joguei como pude. Enquanto eu voltada para o outside de jet-ski fiquei pensando que havia tirado nota 10, mas está tudo bem", conta Bede Durbidge.

"Toda minha família e meus amigos estão aqui e ligados neste evento. Isto faz toda diferença e me dá muita energia, faz as ondas aparecem em meu caminho", diz Durbidge.

O eneacampeão mundial Kelly Slater deu outro show e mostrou mais uma vez que sabe ler muito bem a onda deste pico, principalmente porque sua bateria aconteceu em uma das horas mais difíceis do dia, com ondas em mudança e correnteza muito forte.

Ele souber tirar proveito deste tipo de condição e não deu chance alguma ao seu compatriota Patrick Gudauskas, que passou grande parte do confronto sem conseguir um bom posicionamento e foi derrotado por 15.37 a 14.77. Slater negociou seu posicionamento com a correnteza e encontrou as boas da série, nas quais tirou tubos irados e atacou o lip com muita pressão.

"O posicionamento é uma decisão difícil nestas condições. Se você sentar muito lá fora pode conseguir tubos profundos, mas se a onda não rodar corretamente você pega muitos bumps pelo caminho", explica Kelly Slater.

"Meu primeiro parecia muito bom, mas eu não consegui sair e o que era uma nota 10 virou nota 2. O desafio é bem grande lá fora", complementa o eneacampeão mundial.

O atual campeão mundial Mick Fanning também fez boa apresentação e despachou o estreante norte-americano Brett Simpson por 15.74 a 10.43, mais uma vez mostrando que é um grande conhecedor de Snapper Rocks.

"Está muito complicado lá no outside. A maré estava muito alta em minha bateria. Acho que poderia ter me posicionado mais lá fora para pegar ondas mais profundas, mas tive sorte de obter as notas que precisava para passar, um 9.07 e um 6.67", explica Fanning, que fez ótima apresentação e deu o troco em Simpson, depois da vitória sofrida no WQS da Califórnia em 2009.

Quem também levantou a torcida e reuniu uma enorme legião de fãs na praia foi o defensor do título da etapa, o local Joel Parkinson. Em poucos minutos ele definiu sua passagem para as oitavas-de-final. Depois de abrir a bateria com um belíssimo tubo, pontuou alto em suas duas primeiras ondas e somou 16.63 pontos contra 12.20 do jovem havaiano Dusty Payne, estreante na elite mundial.

O tricampeão mundial Andy Irons até que pegou boas ondas dentro do que o mar ofereceu em sua bateria, porém não conseguiu deter o norte-americano Bobby Martinez e foi derrotado por 14.16 a 11.26 e está fora.

Na última bateria da rodada, o sul-africano radicalizou muito e mesmo quebrando uma prancha conseguiu eliminar o português Tiago Pires por 15.23 a 14.77. Tiago encerrou sua participação com uma ótima performance nas ondas de Snapper.

Mineirinho x Jadson O paulista Adriano de Souza venceu o potiguar Jadson André na manhã desta quarta-feira e garantiu vaga nas oitavas-de-final. Em ondas com mais de 1 metro na maré cheia, Mineirinho somou 16.00 pontos contra 14.46 do adversário e agora é o único representante da bandeira verde-amarela na prova.

"Agora eu sou o último brasileiro que resta na prova, portanto vou com tudo agora para representar nosso país. Estou me sentindo muito bem. Todo esforço físico que tive nos últimos 15 dias estão dando resultado e pretendo fazer o melhor de mim aqui para começar bem a temporada", promete Adriano de Souza.

A bateria foi a primeira do dia. Apesar do tempo ruim, logo às 7:30 da manhã uma legião de torcedores já estava reunida nas areias do pico com bandeiras do Brasil.
Adriano ditou o ritmo da bateria e como já possui experiência de alguns anos neste pico, levou vantagem na escolha de ondas. Ele abriu a bateria com duas ondas muito boas que valeram de cara 6.83 e 8.50 pontos.

Na melhor delas, a prioridade era de Jadson, mas o potiguar não acreditou no potencial da onda e deixou o caminho livre para Mineiro espancar a direita com fortes manobras no crítico, rasgadas invertendo tudo e ainda arrancar um tubo na última seção.

"Conheço muito esta onda, já vim muito para cá. Desde os meus 16 anos venho para a Gold Coast na época dos campeonatos. No ano passado tive um grande resultado e isto me motivou muito este ano para começar bem. Pena que eu peguei o Jadson, o cara que está junto comigo e estamos treinando juntos, mas a competição é esta e a gente entra pra ganhar", explica Mineirinho, top 5 do Word Tour.

Jadson explica o que aconteceu dentro da água. "Consegui também pegar umas ondas boas. Na melhor onda dele eu tinha a prioridade, mas no começo parecia que seriam aquelas ondas gordas. Imaginei que ele estivesse remando só para me fazer perder a prioridade, mas onda chegou na bancada de baixo e armou toda, foi a melhor onda dele. Mas é isso aí, vivendo e aprendendo", revela Jadson André.

Depois disso Mineiro ainda somou mais uma nota 7.50, com uma série de batidas totalmente verticais e perfeitamente controladas, além de um aéreo double grab com as duas mãos na borda. Nos últimos minutos, ainda se deu o luxo de descartar 7.17 com outra sessão de espancamento.

"Foi alucinante para mim a bateria com o Adriano. Como já disse na outra entrevista, vou aprender muito com ele este ano. Ele já está aí há um bom tempo. Já comecei aprendendo logo no começo. Acabei de perder para ele. Ele quebrou a bateria", conta Jadson sem perder o sorisso e a alegria.

Apesar do show apresentado pelo paulista, o potiguar não ficou para trás e também garantiu o espetáculo com um surf de alto nível. Em suas duas melhores ondas ele somou 6.93 e 7.53, com um backside muito bem trabalhado e manobras variadas. Destaque para as sequências de pauladas muito fortes sempre na parte crítica da onda.

"Estou amarradão por ter feito 17º na minha estreia. Perdi, mas não foi para qualquer um, foi para Adriano Mineirinho, que no ano passado foi segundo lugar nesta etapa e é top 5. Tentarei melhorar na próxima etapa e agora fico na torcida por ele que é o único brasileiro na prova", finaliza Jadson André.

Os torcedores brasileiros ficaram com o coração divido e realmente foi uma pena que os dois tenham caído juntos, pois com o surf apresentado, ambos tinham condições de sobra para se dar bem em qualquer outro duelo. Depois da bateria os amigos se abraçaram e saíram sorridentes da água.

Também avançaram às oitavas-de-final Chris Davidson, Taj Burrow, Damien Hobgood, Kai Otton, Fred Patacchia, Daniel Ross, Dane Reynolds e Kieren Perrow.

Foram eliminados Taylor Knox, Tom Whitaker, Owen Wright, Luke Stedman, Dean Morrison, Kekoa Bacalso, CJ Hobgood, Jeremy Flores e Mick Campbell.

Nesta quinta-feira (4/3), mais uma vez Adriano de Souza compete na primeira bateria do dia e desta vez seu adversário será o australiano Adrian Buchan.

Confira mais fotos em nossas próximas atualizações.

Terceira fase Quiksilver Pro 2010

1 Adriano de Souza (Bra) 16.00 x Jadson André (Bra) 14.46
2 Adrian Buchan (Aus) 14.10 x Taylor Knox (EUA) 13.70
3 Chris Davidson (Aus) 11.00 x Tom Whitaker (Aus) 9.27
4 Taj Burrow (Aus) 12.84 x Owen Wright (Aus) 6.67
5 Bobby Martinez (EUA) 14.16 x Andy Irons (Haw) 11.26
6 Damien Hobgood (EUA) 14.73 x Luke Stedman (Aus) 13.40
7 Kai Otton (Aus) 13.97 x Dean Morrison (Aus) 12.60
8 Mick Fanning (Aus) 15.74 x Brett Simpson (EUA) 10.43
9 Joel Parkinson (Aus) 16.63 x Dusty Payne (Haw) 12.20
10 Fredrick Patacchia (Haw) 14.17 x Kekoa Bacalso (Haw) 12.64
11 Daniel Ross (Aus) 13.54 x C.J. Hobgood (EUA) 11.00
12 Dane Reynolds (EUA) 13.57 x Jeremy Flores (Fra) 13.23
13 Bede Durbidge (Aus) 19.30 x Luke Munro (Aus) 7.37
14 Kieren Perrow (Aus) 13.06 x Mick Campbell (Aus) 12.43
15 Kelly Slater (EUA) 15.37 x Patrick Gudauskas (EUA) 7.56
16 Jordy Smith (Afr) 15.23 x Tiago Pires (PRT) 14.77

Oitavas-de-final

1 Adriano de Souza (Bra) x Adrian Buchan (Aus)
2 Chris Davidson (Aus) x Taj Burrow (Aus)
3 Bobby Martinez (EUA) x Damien Hobgood (EUA)
4 Kai Otton (Aus) x Mick Fanning (Aus)
5 Joel Parkinson (Aus) x Fredrick Patacchia (Haw)
6 Daniel Ross (Aus) x Dane Reynolds (EUA)
7 Bede Durbidge (Aus) x Kieren Perrow (Aus)
8 Kelly Slater (EUA) x Jordy Smith (Afr)


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